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A vida psíquica do homem na sua dimensão subjetiva continua como peculiar área de interesse para as neurociências, uma vez que associamos informações sensoriais à memória e à cognição, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre nós mesmos que orientam condutas objetivas em nosso dia a dia. É curioso como percebemos o mundo não exatamente como ele é, mas também como computamos como maior probabilidade de ser. Assim, a riqueza de nossas experiências individuais é projetiva e imensamente subjetiva, e os aprendizados adquiridos nesse processo estão entre os pilares da constituição dos comportamentos.

(PERES, 2009, p. 119).

"Memória é a capacidade de organizar e reconstruir as experiências e impressões passadas a serviço das necessidades, temores e interesses atuais."

(Schachtel, 1947)

"O passado é maleável e flexível, modifica com novas interpretações das recordações e re-explicações do que aconteceu."

(Berger, 1963)

"Eu fiz isso, diz minha memória. Eu não posso ter feito isso, diz meu orgulho. Ao final, cede minha memória."

(Nietzsche, 1886)

"Biologicamente, fisiologicamente, nós não somos muito diferentes uns dos outros; historicamente e narrativamente, cada um de nós é único."

(Sacks, 1985)

"A mente é seu próprio lugar, e em si, pode fazer do céu o Inferno e do inferno o Céu."

(Milton, 1996, p.44)

"Lembrar envolve a reconstrução de um trama coerente por meio de fragmentos disponíveis."

(Squire e Kandel, 2003, p. 90)

"O processo natural de misturar e falsificar memórias não pode ser negado ou evitado pelos psicoterapeutas. Ao contrário, este deve ser usado de maneira eficaz para promover a saúde mental."

(PERES et al., 2005)

“Não importa se somos fortes, traumas sempre deixam uma cicatriz. Seguem-nos até nossas casas, mudam nossas vidas. Traumas derrubam a todos, mas talvez essa seja a razão. Toda a dor, o medo, as idiotices. Talvez viver isso é que nos faz seguir adiante, é o que nos impulsiona. Talvez precisamos cair um pouco para levantar novamente."

(5.19 – Elevator Love Letter)

Referências:

  • Berger, P. L., (1963).Invitation to Sociology : A Humanistic Perspective (p. 57). Anchor.
  • DelMonte, M.M. (2000). Retrieved memories of childhood sexual abuse. British Journal of Medical Psychology, 73, 1–13
  • Freud, S. (1896-1962). The etiology of hysteria. In The Standard Edition of the Complete Works of Sigmund Freud (pp. 189-221) (Vol. 3). Hogarth, London: J. Strachy, Ed. and Trans.
  • Izquierdo, I. (2002). Memória (p. 9). Porto Alegre, Brasil: Artmed.
  • Nietzsche, F. (1886) Beyond Good & Evil : Prelude to a Philosophy of the Future (p.80).Vintage.
  • Peres, J.F.P. et al. (2005). Psychological dynamics affecting traumatic memories: implications in psychotherapy. Psychology and Psychotherapy: Theory, Research and Practice.
  • PERES, Julio. Trauma e Superação: o que a Psicologia, a Neurociência e a espiritualidade ensinam. São Paulo. Roca, 2009. 315.
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